Chamada

"Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és, no mínimo que fazes" - Fernando Pessoa

domingo, 16 de novembro de 2008

Fim do Projeto Experimental

São dez para uma da manhã e acabo de enviar o meu projeto final para que minha orientadora avalie.
Sei que esse mesmo projeto ainda vai passar por modificações. Sei que meu grupo ainda terá que adaptar algumas coisas na parte teórica e prática para tirarmos uma boa média quando passarmos pela banca.
No entanto, o encerramento do texto do projeto é como um parto de uma gestação que já perdura há quatro anos. Parto doloroso, que arranca de nós algo que parecia está tão cômodo, tão confortável.
Mais do que o sofrimento para terminar o semestre letivo, este ano eu e mais 18 colegas estamos inebriados com o entusiasmo da formatura.
É chegada a hora de receber o canudo, de pedir o registro e colocar o cara no mundo.
Agora, fica para trás parte das ideologias, dos sonhos, das críticas. Surgem então oportunidades que vão nos escravizar e, caso não estejemos maduros o suficiente para senti-las como experiências proveitosas, essas mesmas “oportunidades” nos frustrarão como profissionais.
Portanto, não há mais nada o que dizer a não ser: sorte aos tripulantes desse novo barco que se lança ao mar; sorte àqueles que já estão ancorados do outro lado da praia; sorte ao mar... que recebe agora homens e mulheres cheios de vontades e obstinação.

domingo, 12 de outubro de 2008

E quem vai decidir as coisas?

Definitivamente as grandes empresas não educam seus empregados para lidarem com pessoas. Não os ensina a tomarem para si as carências e os problemas dos clientes.
Ontem tive dificuldade para embarcar uma amiga na rodoviária! A passagem dela estava definida para o Destino X. No entanto, o ônibus que saia naquele dia e horário não ia passar pelo tal Destino X.
Então, lá fui eu pedir para um dos empregados da empresa um esclarecimento sobre o assunto. Acho que ele não estava muito feliz pelo plantão de sábado à noite e me disse, com cara feia, que o ônibus simplesmente não passaria pelo tal destino.
Eu, ainda calma, disse para ele que não estava entendendo. Aí, o grosso do empregado, sem olhar pra mim, respondeu que se eu estivesse duvidando da palavra dele, que conferisse na passagem dela que, naquele dia e horário, o ônibus não tinha desembarque no Destino X.
Como boa comunicadora que sou, bati o olho no crachá dele e o chamei pelo nome. Disse que eu não estava desconfiando dele, mas sim que eu não estava entendo a situação e que, portanto, merecia um esclarecimento.
A mãe de meu amigo tirou da bolsa a passagem que tinha no seu rodapé a frase “Desembargue no Destino X”. Enfa (como diria alguns colegas). O empregado leu aquilo e nem se quer olhou para nós duas, disse simplesmente que o problema não era dele.
Gente! Me subiu um calor, que eu quase voe no pescoço do homem. Mas ainda estava tranqüila o suficiente para novamente o chamar pelo nome e dizer o seguinte: “Fulano, quer dizer que a empresa me vende uma passagem com destino que não existe e não é problema seu? Então de quem é o problema?”. O cara teve a coragem de dizer em alto e bom som que o problema era do empregado que tinha vendido a passagem para minha amiga!
Aí eu olhei bem na cara dele e disse que se ele estava com o uniforme da empresa ele tinha que se responsabilizar pela situação ou então que chamasse alguém que o fizesse, porque assim como minha amiga, outros passageiros também estavam com passagens para o Destino X e não podiam embarcar!
O empregado ainda ficou alguns minutos enrolando, dizendo que não ia se responsabilizar e que tinha que cumprir o que estava previsto.
A mãe de meu amigo já ia embarcando para descer em outro destino, quando quatro passageiros decidiram que não ia embarcar. Estavam se sentindo ofendidos pela situação e que o ônibus não ia sair dali sem que todos estivessem satisfeitos!
Ai que eu vi a importância da união, pois o motorista, acuado por aqueles cinco passageiros não pode, se quer, ligar o ônibus.
No final da discussão, ficou definido que o ônibus ia passar pelo tal Destino X, deixar os cinco passageiros e depois seguir viagem.
Acho que o empregado, que disse que não tinha responsabilidade nenhuma com a situação, não ficou muito satisfeito. Afinal ele estava saindo do script.
Embarquei minha amiga e fiquei refletindo quantas vezes eu sou igual aquele empregado mal educado e falo, em alto e bom som, que não tenho responsabilidade com os problemas dos outros. Ele se quer pensou que aquela senhora poderia ficar perdida se não descesse no destino para o qual ela comprou passagem. E também não pensou no colega de trabalho que vendeu a passagem enganada e que não estava ciente da confusão que aquilo tinha causado.
Fiquei pensando também em como as empresas estão treinando seus empregados para atuarem com os clientes. Se ele tivesse o mínimo de consciência sobre administração saberia que são as passagens vendidas para pessoas como aquela senhora, minha amiga, que pagam o salário dele.
Apesar de minha amiga ter conseguido embarcar para o Destino X, acho que todos saíram triste do local. A frase “o problema não é meu” ainda ecoa nos meus ouvidos. Eu a ouço e reflito como ela está presente em todas as situações que vivemos. Eu não tenho responsabilidade com o lixo que suja minha cidade; eu não tenho responsabilidade sobre a violência que se alastra pela periferia; eu não tenho culpa pela fome de tantas pessoas!
Eu, mais eu, mais eu, que no final é igual a nós! Nós que não temos culpa por nada disso! Que não vamos nos responsabilizar por nenhumas das mazelas que se alastram pelo mundo.Mas se ninguém é realmente culpado, quem vai resolver os problemas? Quem vai ser responsabilizar por aqueles que não conseguem ter voz diante de tantos paradigmas anti-sociais? Quem vai subir no púlpito e dizer que está na hora de mudar, de agir de forma que todos sintam, no mínimo, satisfeitos com a situação? Afinal de contas, quem vai decidir se a vida vai desembarcar ou não em um destino bem melhor?

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Saci: mascote da Copa de 2014

De acordo com a redação da Revista Fórum (Julho/2008) a idéia de transformar o Saci no mascote da Copa de 2014 surgiu em uma reunião na Biblioteca Monteiro Lobato, em São Paulo.
Mas o porquê ser o Saci o nosso mascote? Primeiro por que não seria preciso pagarmos os direitos autorais a ninguém. Segundo: ele é o personagem do folclore brasileiro que mais representa a formação do povo brasileiro. “É o mito brasileiro mais popular, o único conhecido no Brasil inteiro”, alega Mouzar Benedito, membro da Associação dos Observadores de Saci (Sosaci).
Diversos escritores, jornalistas e intelectuais já opinaram sobre o assunto. Alguns contra... outros a favor!
E vocês? O quê pensam sobre a proposta?

Parte do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros

Capítulo I - Do direito à informação

Art. 1º O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros tem como base o direito fundamental do cidadão à informação, que abrange seu o direito de informar, de ser informado e de ter acesso à informação.
Art. 2º Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que:
I - a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente de sua natureza jurídica - se pública, estatal ou privada - e da linha política de seus proprietários e/ou diretores.
II - a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos fatos e ter por finalidade o interesse público;
III - a liberdade de imprensa, direito e pressuposto do exercício do jornalismo, implica compromisso com a responsabilidade social inerente à profissão;
IV - a prestação de informações pelas organizações públicas e privadas, incluindo as não-governamentais, é uma obrigação social.
V - a obstrução direta ou indireta à livre divulgação da informação, a aplicação de censura e a indução à autocensura são delitos contra a sociedade, devendo ser denunciadas à comissão de ética competente, garantido o sigilo do denunciante.

Capítulo II - Da conduta profissional do jornalista

Art. 3º O exercício da profissão de jornalista é uma atividade de natureza social, estando sempre subordinado ao presente Código de Ética.
Art. 4º O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação...

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Eu sempre gostei de escrever cartas. Hoje estou muito preguiçosa, não vou mentir.
No entanto, acho que uma boa carta é capaz de aproximar dois corações. E não digo dois corações simplesmente na questão dos enamorados. Digo corações de amigos, de parentes, de pessoas que se gostam e que estão longe, física ou emocionalmente, por diversas razões.
Por isso sou apaixonada por cartas. Tenho muitas, guardadas com todo o carinho do mundo, de amigos de todos os tipos. Cada carta com um perfume diferente, com um desejo diferente, com um amor imenso, intenso, eterno.
Mas a modernidade tem me tomado essa paixão. Sinto tristeza em dizer que quase abandonei as cartas por causa dos e-mail's. Não que os e-mail's sejam culpados pela minha preguiça, mas acho que eles têm colaborado para a manutenção dela.
É uma mudança. Me adaptei.
Eu também gosto muito de fotos analógicas. É muito divertido fazer várias poses e nunca ter certeza de que alguma vai prestar.
Mas hoje a maioria de minhas imagens é digital. Estão perdidas na memória de meu micro ou então presas na Web, à mostra para todos, até desconhecidos.
Aquela mágica de tirar o álbum do fundo do baú e mostrar a um amigo, como se fosse um tesouro... acabou!
Essa é mais uma mudança. Me adaptei.
Apesar disso, sou consciente: não acredito que fotos, scraps e num sei quantas outras coisas o homem-tecnologia inventará, vão substituir a presença, o sorriso, o toque do outro.
Eu estou me acostumando a essa idéia: a de que o mundo está caminhando para a distância.
Pois bem. Criei um blog. Um local onde vou postar tudo aquilo que, como gente/profissional/etc que eu sou, produzirei.
Espero me apaixonar pelo blog, como sou apaixonada por cartas, por fotos, por pessoas.
É uma nova experiência. Uma nova oportunidade. Uma nova mudança!
Não vai ser diferente: eu vou me adaptar!